Fobia: Capitulo VIII

[Já tinha saudades de escrever, obrigado pelos comentários. ;)]

-R!
-Diz?
-Temos serviço…
-Então é o quê?
-Feminino, 19 anos, vítima de agressão e violação.
-Estás a gozar…
-Não, agarra-te ao volante.
A ambulância fez a curva á saída da base com apenas duas rodas a tocar o chão, sirenes e rotativos e todo o barulho habitual de uma ambulância. Deslizou por entre o trânsito, passou pelos sinais vermelhos e não abrandou nas lombas.
-É ali?
-Deve ser, está ali o carro da PSP.
-Ok.
A ambulância estacionou por trás do carro da polícia, os dois técnicos saíram e agarraram no material. Subiram as escadas e entraram no apartamento. O N dirigiu-se imediatamente ao quarto de onde vinha o som de vozes, quando entrou bateu com os olhos no P.
“Gaita, parece perseguição.”
“Ainda bem que foi ele que veio…” pensou o P.
O N foi ter com a A, o colega seguiu-o.
-Boa tarde, sou o N. Este é o meu colega, o R.
-Olá… Respondeu a A, ainda a soluçar.
-Vamos tratar de ti e levar-te ao hospital está bem?
Os técnicos da ambulância avaliaram a A, arrumaram o material e ajudaram-na a ir para a ambulância.
Um dos agentes encaminhou o P até ao carro.
-Bem, nós vamos para a esquadra, a equipa de perícia já vem a caminho. Alguém depois vai ter com ela ao hospital para recolher os relatórios médicos. Disse o agente.
-Ok, até mais logo. Respondeu o N
-N! Gritou o P antes de entrar no carro da polícia.
-Diz
-Trata bem dela, sim?
-Não te preocupes.
O P sentou-se no banco de trás e o carro da PSP arrancou em direcção á esquadra.
A A deitou-se na maca e a ambulância arrancou em direcção ao hospital.
-Então, tu é que és o N?
-Sou…
-O P tem falado de ti.
-A sério?
-Sim, acho que ele gostou bastante de ti…
-Pois…
-Ele chegou a falar contigo hoje?
-Sim, fomos beber café.
-Ele deve ter ficado muito contente.
-Talvez…
-Então, não correu bem?
-Correu, mas…
-Que é que se passou?
-Ele queria o meu número de telefone…
-E não lhe deste?
-Eu não quero que ele crie expectativas às quais não posso corresponder…
-Mas… Não tens de namorar com ele, podes apenas tornar-te amigo.
-E será que ele quer só um amigo?
-Ele só quer alguém em quem confiar, este ano tem sido péssimo. Sou a única amiga que ele tem, não há mais ninguém que lhe ligue, que se preocupe, percebes?
-Percebo, sei bem o que é…
-Então, será assim tão difícil dar-lhe o teu número para que ele possa falar contigo de vez em quando? Ele sabe que nem toda a gente é gay, acho que não está a partir do princípio que sejas. Acho que fica contente se se tornar apenas teu amigo…
O N arrancou um pedaço de papel dos relatórios e rabiscou lá um conjunto de algarismos.
-Pronto, toma. Quando estiveres com ele dá-lhe isso, é o número do meu telemóvel.
-Fica descansado, eu entrego-lhe.
-Só espero não me arrepender…
-Não te preocupes.
-N, estamos a chegar! Avisou o R.
-Ok.
A ambulância parou a entrada das urgências, ajudaram a A descer, passaram os dados na triagem. O N despediu-se e voltaram para a base.

2 thoughts on “Fobia: Capitulo VIII

  1. F3lixP diz:

    A estava preocupada com P e N numa altura daquelas! Muito bom!

  2. Ragof diz:

    Esta a ficar cada vez melhor xD

    So podia era ter colocado nomes mesmo. Depois se viver o alfabeto todo vai colocar N2 xD

    abraço

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